sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Linkin Park defende álbum polêmico e psicodélico


Recém-lançado, 'A thousand suns' deixa para trás mistura de metal e hip hop. Sexteto toca dia 11 em Itu.

No dia seguinte ao lançamento do novo álbum do Linkin Park, banda que toca no festival paulista SWU em 11 de outubro, o vocalista Chester Bennington acessou o iTunes para ler resenhas. Ainda que as respostas não tenham sido todas positivas, ele gostou do que leu.

"Desta vez, ou eles [os críticos] adoram e dão cinco estrelas ou então odeiam o disco tanto que... se pudesssem arremessariam de volta na gente", diz o cantor. "E acho isso ótimo."

Mesmo ainda havendo um pouco da mistura de metal com hip hop que marcou a sonoridade do Linkin Park, o disco "A thousand suns" traz momentos de psicodelia instrumental que são uma mudança grande para os músicos.

Para Mike Shinoda, principal letrista do grupo, "Suns" é um álbum que "exige muita atenção das pessoas". "É mais como uma experiência de 48 minutos do que um conjunto de singles", afirma.

Bennington acrescenta: "Tentamos fazer um álbum que tirasse um pouco a sua cabeça do lugar... e queríamos levar as pessoas nessa jornada. Como um tipo de droga musical."

Uma coisa puxa a outra...
A nova sonoridade da banda não foi intencional. Eles afirmam que enquanto compunham o disco "Minutes do midnight", em 2007, decidiram seguir em uma direção diferente dos dois primeiros álbuns: o bem-sucedido "Meteora", de 2003, e "Hybrid theory", de 2000, que vendeu 10 milhões de cópias. Mas, antes de criarem "Suns", estavam ocupados trabalhando nas músicas do game "Linkin Park revenge", um aplicativo lançado para iPhone.

Rick Rubin, que produziu o novo álbum e também "Minutes do midnight", afirma que compor músicas para o jogo foi o "empurrão inicial" na sonoridade mais recente da banda.

"Originalmente eles não sabiam que estavam iniciando um álbum... e tudo acabou meio que tomando vida própria", disse Rubin. "Então conversamos e concluímos que talvez aquela era a música pela qual eles estavam apaixonados, e era naquela direção que deveriam ir."

O produtor musical veterano, que trabalhou em discos como "Blood sugar sex magic", do Red Hot Chili Peppers, afirma que a nova abordagem foi positiva para a banda. "Eles surgiram na pontal final do movimento de rap rock... e, então, quando o universo da música alternativa deixou para trás aquele tipo de som, eles ficaram em uma posição meio perigosa", afirma Rubin. "Poderiam ter continuado fazendo aquele tipo de música, o que eles tiveram muito sucesso fazendo, mas... acho que teria sido uma aposta de muito curto prazo."

Sem açúcar
Ainda que alguns fãs possam não gostar do novo disco, outros já gostaram. "Suns" estreou no número 1 da parada da Billboard este mês, e também atingiu o topo na Europa e no Canadá.

Bennington defende que é praticamente impossível satisfazer todos os tipos de fãs. "Como artistas, fazer música é uma tarefa completamente egoísta", disse ele. "Estamos fazendo música para nós, música de que gostamos. Não estamos fazendo para os outros... Não estamos pensando, 'Vamos fazer um gráfico de pizza de todos os nossos fãs e descobrir quantos caberiam em cada categoria, e então fazer o álbum perfeito para eles'. Isso seria absolutamente ridículo."

Para ele, a banda está mais interessada em seu crescimento criativo. "Estamos nos colocando na linha de frente e realmente arriscando com a música e nos sentimos mais confortáveis fazendo isso."

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